No mês de setembro, após seis meses do primeiro decreto de fechamento para o comércio, o número de admissões no setor teve um saldo positivo 0,75%, já o setor de serviços apresentou aumento de 0,62%. É o que mostra a análise da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia, referente aos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o CAGED.
Conforme os dados, após as primeiras suspensões de atividades econômicas, em março, o saldo entre admissões e demissões, comparado à quantidade de pessoas empregadas, ficou negativo em -0,43%. Em abril, ne Estado de Goiás houve o pico com mais de 32 mil demissões, o que representa índice de -5,03%.
No entanto, após a disponibilização de medidas econômicas e trabalhistas, e considerando também a gradual retomada do comércio, houve uma estabilização nos meses de maio e junho, com saldos positivos a partir de julho. Em agosto o setor de comércio e serviços já apresentava saldo positivo de 0,80%, seguido por novo crescimento em setembro, totalizando 1,37%, com a admissão de mais de 28 mil trabalhadores.
Apesar da retomada gradual, o quantitativo de pessoas empregadas computado em setembro já se aproxima do verificado nos meses de janeiro e fevereiro, antes da adoção de medidas sanitárias, o que demonstra a recuperação do setor.
Novas contratações
Em julho, após a publicação dos decretos que permitiam a reabertura do setor de comércio e serviços, foram registradas 23.029 admissões, seguidas de 26.067 em agosto e 28.470 em setembro.
Segundo Geovar Pereira, presidente da CDL Goiânia, a adoção de medidas econômicas e trabalhistas, fez com que muitos empresários não demitissem seus colaboradores. “A empresa precisa desse capital humano já qualificado e que conhece o negócio, para alavancar as vendas nessa retomada da economia de forma mais coordenada e consistente”, explica.
Após a liberação da reabertura das empresas pelo poder público, o crescimento na contratação de novos colaboradores a partir do segundo semestre, vem ao encontro com o crescimento da confiança do empresário. Os indicadores ainda estão abaixo dos registrados em 2019, porém com tendência mensal crescente.
“Esse crescimento pode ser justificado também com a preparação para vendas de fim de ano, como as campanhas da Black Friday e Natal, o empresário estava na expectativa da reabertura do comércio que se fortaleceu dia a dia acreditando nessa retomada, contratando e preparando pessoas para vender mais e melhor, tanto em suas lojas físicas como no digital”, afirma o presidente da CDL.
Geovar também ressalta que as medidas governamentais e, dentre elas, a possibilidade de manutenção dos empregos, por meio da redução ou suspensão dos contratos de trabalho, contribuíram para a estabilização das demissões, em um primeiro momento, seguido pela retomada gradual das admissões no setor.
Geovar lembra que, conforme os dados divulgados pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda (BEm), desde sua implementação, em abril, foram beneficiados mais de 9 milhões de empregados em âmbito nacional.
“Embora o encerramento do Programa esteja previsto para 31/12, os empregados beneficiados contam com estabilidade provisória por período proporcional ao da redução ou suspensão do contrato de trabalho, o que, aliado à retomada do setor de comércio e serviços, deverá promover o crescimento e estabilização da economia no primeiro semestre de 2021”, analisa.